Por Karl Stetter, microbiologista.
Stetter, da Universidade de Regensburg, Alemanha, pesquisa os chamados organismos extremófilos – micróbios que prosperam em ambientes onde não resiste nenhuma outra forma de vida. Eles são importantes porque podem fornecer aos cientistas modelos da vida em outros planetas. A lista de Stetter mostra os habitats cujas condições são as piores da Terra.
1. Chaminés marinhas. É o ambiente mais quente com vida que se conhece. A água do mar penetra por fissuras na crosta em pontos das cordilheiras meso-oceânicas, é aquecida e reemerge depois em respiradouros – as chaminés negras. Os Archaea, micróbios unicelulares parecidos com as primeiras formas de vida, vivem ali num calor de até 121º C.
2. Vales secos da Antártida. Nenhum outro lugar é tão seco e tão frio (chega a 65º C negativos; até o clima em Marte é mais ameno). Mesmo assim, camadas de microorganismos fotossintéticos já foram encontradas no interior de rochas translúcidas.
3. Fossas oceânicas. Nas profundezas do mar, espécies precisam suportar o frio e a pressão esmagadora. Um submersível japonês coletou micróbios barofílicos (que se adaptam à pressão) na Fossa das Marianas, a quase 11 mil metros.
4. Lagos salinos. Archaea halófilas vivem no Mar Morto, onde a concentração do sal passa de
5. Fontes termais. Na península de Kamchatka, na Rússia, micróbios vivem em fontes quentes tão ácidas quanto a água usada em baterias de carros. Outras são alcalinas, e há também aquelas com elevado teor de arsênico.
6. Grandes profundidades. Micróbios hipertermófilos vivem em reservas petrolíferas, aquecidas por processos geotérmicos, a 3 mil metros da superfície do leito do mar do Norte.
7. Lixos radioativos. Poderosos mecanismos de reconstituição do DNA permitem à bactéria Kineococcus radiotolerans tolerar uma radiação muitas vezes mais alta do que o limite fatal para os humanos.
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